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A tradução na área da saúde

Atualizado: 10 de ago. de 2022

Uma das perguntas que muitos tradutores e não tradutores fazem é se precisa ser da área de saúde para traduzir neste setor. A resposta é unânime: não. Mas claro que se o profissional já tiver uma formação prévia em medicina, enfermagem, veterinária ou biologia, por exemplo, terá um conhecimento adquirido que certamente será muito útil. No entanto, como todo tradutor, também precisa ter domínio dos gêneros textuais, os tipos de texto da área, o registro linguístico e, claro, a língua portuguesa.


Dentro da tradução médica, se trabalha muito com universidades, hospitais, escolas, laboratórios e pesquisadores, que como sabemos são pessoas que valorizam muito o estudo. Daí a importância de o tradutor da área da saúde investir na especialização constantemente. Isso não pode se limitar a uma pós-graduação, que até pode ser o carro-chefe, mas é preciso ir muito além: cursos livres, congressos e material didático, como livros e dicionários específicos ajudam a fazer a diferença.


Na live sobre Tradução na área da Saúde, a veterinária, tradutora e professora Luciana Bonancio fez a seguinte análise inicial: “É diferente de fazer uma tradução técnica. Não significa que o mercado deixe de valorizar a especialização do tradutor de maquinário, por exemplo, mas na saúde a exigência costuma ser bem maior.”

Bonancio aponta ainda que o mais importante que a especialização pode gerar ao profissional é a confiança na hora de aceitar um trabalho e entregar, além de submetê-lo à revisão de um colega com mais segurança. Outra questão é a credibilidade que o peso do currículo pode proporcionar diante do cliente.


“Às vezes, se você tem um currículo mais recheado, isso pode não significar nada; porém, se realmente o profissional faz uso desse estudo, certamente vai ter mais credibilidade com a pessoa que vai contratar seus serviços”. A professora lembra que na tradução vale muito o boca a boca. Logo, se o tradutor realiza um bom trabalho para um médico, a possibilidade de indicá-lo aumenta bastante, já que ainda há poucos tradutores nessa área abordada.


O currículo de um tradutor na área da sáude

Uma dica de ouro que a tradutora diz ter apreendido recentemente é que o currículo do tradutor desse setor não pode ser resumido em uma página. Ao contrário, na saúde, seja agência ou o cliente direto quer conhecer detalhes da experiência profissional e acadêmica de quem vai traduzir. Quer dizer, diferentemente de outras áreas, três páginas de histórico de trabalhos e estudos podem ser apenas o início para começar um processo de conquista para futuros trabalhos.


Alguns tradutores fazem coro que ser iniciante, experiente ou veterano na tradução médica é muito relativo, pois alguém que está acostumado a traduzir textos sobre oncologia pode nunca ter se deparado com outra temática, por exemplo, ginecologia.


A tradutora e professora Ana Julia Perrotti-Garcia também deu contribuições valiosas para o tema em questão, destacando que o tradutor freelancer na saúde precisa ter habilidade de malabarista. Para ela, não adianta querer colocar o valor lá embaixo com um tempo super apertado. “É preciso ter preço e tempo competitivos, mas não se deve baixar muito o valor, pois o cliente ainda assim vai exigir a qualidade”.


Como cobrar a tradução na área da saúde

Outra pergunta que o tradutor de qualquer área costuma ter na ponta da língua é quanto “você” cobra para traduzir uma palavra? Na área da saúde isso não é diferente. No entanto, costuma ser um serviço mais valorizado. Perrotti-Garcia, ao comentar o tema, traz à tona a resposta de uma aluna dela: “#depende nessa hora”, brinca, aos risos.


Na verdade, a professora explica que não tem como dar o valor no caso da saúde antes de ver o material completo e exemplifica a questão com uma “rota metabólica”, um caso real adaptado (veja ilustração), para que tenhamos noção das dificuldades que podem surgir.



Perrotti-Garcia reforça que não adianta falar quanto se cobra para traduzir cem palavras, por exemplo, e destaca também:

a) tem que ver o texto para entender qual é o assunto;

b) tem que analisar se precisa de um revisor técnico;

c) tem que verificar se há necessidade de contratar um profissional para adaptar um texto em formato editável, como poderia ser o caso da “rota metabólica”.


A professora então lança a pergunta se U$ 1,00 é barato ou caro para traduzir uma palavra na área da saúde! E responde: #depende!


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